Faz parte o sorriso sempre no rosto a felicidade de viver a vida como se cada dia como se fosse o ultimo, de curtir a natureza,de admirar as pequenas coisas e lhe dar valor enoorme!!=D
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Quatro meses
Eu poderia ficar aqui descrevendo tudo aquilo que aconteceu em minha vida no últimos quatro meses, eu não possuía a exata noção de que fique tanto tempo sem escrever sequer uma postagem.
As vezes agente para pra pensar foram quatro meses sem postar, mais de 120 dias, e tanta coisa passou tanta coisa mudou,temos que ter a noção que a vida passa as vezes em um segundo, o importante não é o que fiz nestes quatro meses mais sim como eu fi?, como aproveitei ? o que eu vivi?
Sei que assim como eu, qual quer um que entrar por esta reflexão dos seus ultimo quatro meses, talvez deixará de se lembrar de muitos momentos bons ou ruins mais de que de toda forma fizeram parte de nossa trajetória rumo ao infinito.
Talvez decisões tomadas precipitadamente ou até demoradas, puderam no livrar ou colocar-nos em situações que poderiam ser evitadas.
Não venho através deste post expor minha vida, ou lhes contar sobre algo que provavelmente depois me arrependerei rsrsrs.
Só quero que vocês assim como eu façam uma reflexão sobre o tempo, sobre o quanto ele é importante e sobre como devemos tirar o melhor proveito dele.
Tudo aquilo que deixamos de fazer nestes últimos quatro meses, espero que possamos colocar em prática no próximo quatro porque planos são feitos para serem vividos.
by DUDU THEO http://twitter.com/dudutheo
segunda-feira, 23 de maio de 2011
RELACIONAMENTO (POR ARNALDO JABOR)
Sempre acho que namoro, casamento, romance, tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa: - Ah, terminei o namoro... - Nossa, estavam juntos há tanto tempo... - Cinco anos.... que pena... acabou... - é... não deu cer...t...o... Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores. Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam. Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro? E não temos essa coisa completa. Às vezes ela é fiel, mas é devagar na cama. Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel. Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador. Às vezes ela é muito bonita, mas não é sensível. Tudo junto, não vamos encontrar. Perceba qual o aspecto mais importante para você e invista nele. Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia. E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona... Acho que o beijo é importante... e se o beijo bate... se joga... se não bate... mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta. Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer. Não brigue, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvidas, problema dela, cabe a você esperar... ou não. Existe gente que precisa da ausência para querer a presença. O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama. Que graça tem alguém do seu lado sob pressão? O legal é alguém que está com você, só por você. E vice-versa. Não fique com alguém por pena. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento. Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia? Gostar dói. Muitas vezes você vai sentir raiva, ciúmes, ódio, frustração... Faz parte. Você convive com outro ser, um outro mundo, um outro universo. E nem sempre as coisas são como você gostaria que fosse... A pior coisa é gente que tem medo de se envolver. Se alguém vier com este papo, corra, afinal você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível. Na vida e no amor, não temos garantias. Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear. E nem todo sexo bom é para descartar... ou se apaixonar... ou se culpar... Enfim...quem disse que ser adulto é fácil ????
sexta-feira, 20 de maio de 2011
SOU MAIS UERJ
Meus amigos do SESO/UERJ entendo que no meomento que resolvi apoiar e participar do movimento estudantil apoiando a chapa 1(sou mais UERJ) para as eleições do DCE/UERJ, entrei em atrito com meu próprio curso, pelo apoio de sua maioria e de seu centro academico em outra chapa.
Tomei esta decisão baseado e opiniões próprias, acreditando novo trabalho que será desenvolvido por aqueles ques formam a base da situação do DCE,não pretendo e não vou mudar de lado as vésperas da eleição, afinal fechei esta base 2 meses antes, votem pela proporcionalidade de todas as formas a universidade ganhará e o importante é que todo o debate e o conhecimento de todos sobre o momento politico e revindicações que devem ser tomadas pelos estudantes cobrando do ESTADO e da reitoria é q garantirá reais melhorias para a UERJ, para seu corpo estudantil, docente e administrativo.
by DUDU THEO
http://twitter.com/#!/dudutheo
Tomei esta decisão baseado e opiniões próprias, acreditando novo trabalho que será desenvolvido por aqueles ques formam a base da situação do DCE,não pretendo e não vou mudar de lado as vésperas da eleição, afinal fechei esta base 2 meses antes, votem pela proporcionalidade de todas as formas a universidade ganhará e o importante é que todo o debate e o conhecimento de todos sobre o momento politico e revindicações que devem ser tomadas pelos estudantes cobrando do ESTADO e da reitoria é q garantirá reais melhorias para a UERJ, para seu corpo estudantil, docente e administrativo.
by DUDU THEO
http://twitter.com/#!/dudutheo
quinta-feira, 7 de abril de 2011
O direito ao centro da cidade
A repressão e as tentativas de cooptação e desmobilização popular a serviço da expulsão das populações pobres das áreas centrais das grandes cidades são um exemplo cabal das violações de direitos humanos e sociais fundamentais. Por Marcelo Lopes de Souza [*]
Não pretendo, com o título deste artigo, (ser mais um a) banalizar e abusar da fórmula lefebvriana do “direito à cidade”. Na verdade, diante de interpretações cada vez mais “aguadas” dessa expressão – convertida em um simpático slogan, à disposição de interesses tão diferentes quanto os de movimentos sociais emancipatórios, intelectuais de esquerda com e sem aspas, ONGs, instituições governamentais e organismos internacionais –, cabe, isso sim, clamar por um mínimo de clareza político-estratégica, ao mesmo t empo em que cumpre relembrar: para o marxista heterodoxo Henri Lefebvre, o “direito à cidade” não se reduzia a simples conquistas materiais específicas (mais e melhor infraestrutura técnica e social, moradias populares, etc.) no interior da sociedade capitalista. O “direito à cidade” corresponde ao direito de fruição plena e igualitária dos recursos acumulados e concentrados nas cidades, o que só seria possível em outra sociedade. [1]
Complementarmente, vale a pena lembrar as contribuições do neoanarquista Murray Bookchin a propósito do tema da “urbanização sem cidades”: para ele, cada vez mais temos uma urbanização que, aparentemente de maneira paradoxal, se faz acompanhar pela dissolução das cidades em um sentido profundo, sociopolítico. [2] O que se tem, cada vez mais, são entidades espaciais enormes, mas crescentemente desprovidas de verdadeira vida pública. Há, em meio a uma espécie de antítese cada vez mais nítida entre urbanização e “cidadização” (“citification”: neologismo que, em Bookchin, significa a formação de cidades autênticas, com uma vida pública vibrante), uma lição fundamental a ser extraída: sem a superação do capitalismo e de sua espacialidade, o que vulgarmente se vai acomodando por trás da fórm ula do “direito à cidade” não passa e não passará jamais de migalhas ou magras conquistas, por mais importantes que possam ser para quem padece, nas favelas, loteamentos irregulares e outros espaços segregados, com a falta de saneamento básico, com riscos ambientais elevados, com doenças e com a ausência de padrões mínimos de conforto.
No entanto, a essencialmente geográfica questão da localização (na sua relação com a acessibilidade [3]) está por trás de atritos que se vêm avolumando nos últimos anos. Há um “direito” específico (não em sentido imediatamente jurídico, mas sim em sentido moral), de ordem “tática”, que deveria ser compreendido nos marcos de uma luta mais ampla, “estratégica”: o direito de a população pobre permanecer nas áreas centrais das nossas cidades. Esse “direito moral”, os esquemas e programas de “regularização fundiária” vêm tentando, para o bem e para o mal, converter em um direito legal assegurado (segurança jurídica da posse). No caso das favelas, avançou-se bastante no terreno legal, desde os anos 80; em se tratando de ocupações de sem-teto, e em especial de ocupações de pr édios, porém, quase tudo ainda resta por fazer – inclusive no que se refere ao desafio de, ao “regularizar”, não (re)inscrever, pura e simplesmente, um determinado espaço plenamente no mundo da mercadoria, adicionalmente favorecendo a destruição de formas alternativas de sociabilidade (que florescem em várias ocupações) e a cooptação dos moradores. [4]
As favelas têm sido, há mais de um século, precursoras de uma luta pelo direito de residir nas áreas centrais. Se tomarmos o caso emblemático do Rio de Janeiro, verificaremos que essa luta já se inicia com a virada do século XIX para o século XX, assumindo contornos particularmente dramáticos com a erradicação, na esteira da reforma urbanística do prefeito Pereira Passos (1902-1906), de muitos cortiços e casas de cômodos: precisamente essa erradicação em massa, verdadeira “limpeza étnica” que mostra bem o espírito antipopular do que foi a República Velha, alimentou a suburbanização (a rigor, periferização) e, também, a favelização dos pobres.
Contudo, as favelas, espaços de resistência tão importantes até poucas décadas atrás – os quais, a partir da mobilização da Favela de Brás de Pina (em 1965), no Rio de Janeiro, desenvolveram uma tenaz luta contra as remoções promovidas durante o Regime Militar, que foi encampada pela antiga Federação das Associações de Favelas do Estado da Guanabara (FAFEG) –, foram, aos poucos, tombando vítimas da cooptação, da despolitização e de seus múltiplos agentes: políticos clientelistas, traficantes de drogas, igrejas neopen tecostais… A atuação de uma pletora de ONGs (animadas por indivíduos de classe média), a partir sobretudo dos anos 90, longe de reverter o quadro, talvez até o tenha, em parte, agravado, ao se tentar impulsionar uma “inclusão social” às custas da verdadeira mobilização popular e da conscientização crítica.
O fato é que, nas áreas centrais, as favelas foram ocupar terrenos que poderiam ser qualificados de “terras marginais”, historicamente desprezadas pelos mais aquinhoados (encostas de morros, beira de rios e canais). [5] Hoje em dia, o movimento dos sem-teto, que tenta resgatar a bandeira da reforma urbana do “tecnocratismo de esquerda” que a arrebatou na década de 90, [6] ocupa, muitas vezes, terrenos periféricos (como é o caso em São Paulo, em Salvador, em Belo Horizonte e mesmo no Rio de Janeiro), mas também territorializa, outras tantas vezes, prédios “abandonados” e ociosos (a exemplo de São Paulo, Porto Alegre e, principalmente, do Rio de Janeiro).
Já quase não há terrenos vazios em áreas centrais, passíveis de ocupação. As favelas localizadas nos arredores do CBD (Central Business District), isto é, da área econômica central (nos casos em que ainda há uma: essa geometria veio se tornando cada vez mais relativa e complexa com o passar das décadas), são, via de regra, muito antigas e consolidadas. São sobreviventes das ondas de remoções e despejos do passado, em particular daquelas dos anos 60 e 70. Mas, por força de vários fatores (falências fraudulentas, dinâmicas internas ao próprio aparelho de Estado…), há uma quantidade apreciável dedomicílios vagos no Brasil, muitos assim deixados especulativos ou em decorrência de processos que, mesmo não sendo sempre intencionais, geram um “passivo social e espacial”. O contraste desse imenso estoque de domic ílios vagos com as estimativas referentes ao déficit habitacional brasileiro é esclarecedor acerca da motivação básica para o surgimento e expansão do movimento dos sem-teto no Brasil. [7] No que se refere, especificamente, à luta para permanecer nas áreas centrais, cabe ressaltar que, para os moradores das ocupações − que são, na sua esmagadora maioria, trabalhadores informais, muitos deles ambulantes −, morar nas proximidades do CBD significa residir perto dos locais em que comercializam seus produtos, sem sofrer excessivamente com custos de transporte. Algo fundamental, portanto − isso sem falar na infraestrutura técnica e social, há muito consolidada nas áreas centrais das cidades.
Por outro lado, o capital vê na “revitalização” de áreas centrais, justamente, um riquíssimo veio a ser explorado. Já nos anos 80 David Harvey, desdobrando um insight sobre a importância crescente da produção do espaço (e não somente no espaço) para acumulação capitalista que originalmente remete a Henri Lefebvre, havia discutido a relevância do “circuito secundário” da acumulação de capital. [8] Este circuito é aquele que se vincula não à produção de bens móveis, mas sim à produção de bens imóveis, isto é, do próprio ambiente construído. O capital imobiliário (fração do capital um tanto híbrida, que surge da confluência de outras frações) tem, nas últimas décadas, assumido um significado crescente, na interface com o capital financeiro – às vezes com conse quências globalmente catastróficas, como se pode ver pelo papel da bolha das “hipotecas podres” na crise mundial que eclodiu em 2008. Pelo mundo afora, a contribuição da construção civil na formação da taxa de investimento foi-se tornando cada vez mais expressiva, nas últimas décadas. E em todo o mundo – das Docklands, em Londres, a Puerto Madero, em Buenos Aires –, “revitalizar” espaços obsolescentes (presumidamente “mortos”, pelo que se vê com o ostensivo uso ideológico de um termo como “revitalização”) tem sido um dos expedientes principais na criação de novas “frentes pioneiras urbanas” para o capital.
No Rio de Janeiro, a disputa entre as ocupações de sem-teto e os interesses ligados à “revitalização” da Zona Portuária e do Centro – a qual gravita ao redor do projeto do “Porto Maravilha”, [9] em que, com o respaldo da política repressiva batizada pela Prefeitura de “Choque de Ordem”, se tenta promover uma “gentrificação”[10] em larga escala – vai ficando mais e mais evidente e tensa. Diversos pesquisadores do Núcleo de Pesquisas sobre Desenvolvimento Sócio-Espacial (NuPeD) da Uni versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) têm desenvolvido estudos que mostram essas tensões. [11]
Em São Paulo tem-se um processo análogo, que gira em torno do projeto da “Nova Luz”, de revitalização da “Cracolândia” e adjacências. [12] E, também analogamente, está-se diante, também em São Paulo, de um “regime urbano” [13] caracterizável como conservador e repressivo, identificado com o “empresarialismo urbano” e não com a reforma urbana (nem mesmo na sua versão “domesticada”, “tecnocrática de esquerda”, levada à caricatura pelo Ministério das Cidades do governo Lula).
Em meio a uma “democracia” representativa ritualmente celebrada por meio de eleições regulares, na qual os direitos políticos formais são básica e aparentemente respeitados, direitos humanos e sociais fundamentais são, entretanto, sistematicamente violados. Atualmente, a repressão e as tentativas de cooptação e desmobilização popular a serviço da expulsão das populações pobres das áreas centrais das grandes cidades são um exemplo cabal dessas violações de direitos. Considerando a disparidade de meios econômicos, propagandísticos e de violência à disposição dos contendores, trata-se de uma luta tremendamente desigual. Mas, contra a força dos argumentos, nem sempre o “argumento” da força prospera indefinidamente. Vale lembrar do lema aprovado pela Asamblea Popular de los Pueblos de Oaxaca, no México, em 2007: â �œNosotros no podemos con sus armas. Ustedes no pueden con nuestras ideas.”
ACHO SUPER INTERESSANTE TODA ESTA QUESTÃO DO DIREITO A CIDADE, QUE ESTA TÃO EM EVIDÊNCIA , É IMPOTANTE ESTA LUTA PELA GARANTIA DA HABITAÇÃO SOCIAL NESTE ESPAÇO CENTRAL. BY DUDUTHEO
Não pretendo, com o título deste artigo, (ser mais um a) banalizar e abusar da fórmula lefebvriana do “direito à cidade”. Na verdade, diante de interpretações cada vez mais “aguadas” dessa expressão – convertida em um simpático slogan, à disposição de interesses tão diferentes quanto os de movimentos sociais emancipatórios, intelectuais de esquerda com e sem aspas, ONGs, instituições governamentais e organismos internacionais –, cabe, isso sim, clamar por um mínimo de clareza político-estratégica, ao mesmo t empo em que cumpre relembrar: para o marxista heterodoxo Henri Lefebvre, o “direito à cidade” não se reduzia a simples conquistas materiais específicas (mais e melhor infraestrutura técnica e social, moradias populares, etc.) no interior da sociedade capitalista. O “direito à cidade” corresponde ao direito de fruição plena e igualitária dos recursos acumulados e concentrados nas cidades, o que só seria possível em outra sociedade. [1]
Complementarmente, vale a pena lembrar as contribuições do neoanarquista Murray Bookchin a propósito do tema da “urbanização sem cidades”: para ele, cada vez mais temos uma urbanização que, aparentemente de maneira paradoxal, se faz acompanhar pela dissolução das cidades em um sentido profundo, sociopolítico. [2] O que se tem, cada vez mais, são entidades espaciais enormes, mas crescentemente desprovidas de verdadeira vida pública. Há, em meio a uma espécie de antítese cada vez mais nítida entre urbanização e “cidadização” (“citification”: neologismo que, em Bookchin, significa a formação de cidades autênticas, com uma vida pública vibrante), uma lição fundamental a ser extraída: sem a superação do capitalismo e de sua espacialidade, o que vulgarmente se vai acomodando por trás da fórm ula do “direito à cidade” não passa e não passará jamais de migalhas ou magras conquistas, por mais importantes que possam ser para quem padece, nas favelas, loteamentos irregulares e outros espaços segregados, com a falta de saneamento básico, com riscos ambientais elevados, com doenças e com a ausência de padrões mínimos de conforto.
No entanto, a essencialmente geográfica questão da localização (na sua relação com a acessibilidade [3]) está por trás de atritos que se vêm avolumando nos últimos anos. Há um “direito” específico (não em sentido imediatamente jurídico, mas sim em sentido moral), de ordem “tática”, que deveria ser compreendido nos marcos de uma luta mais ampla, “estratégica”: o direito de a população pobre permanecer nas áreas centrais das nossas cidades. Esse “direito moral”, os esquemas e programas de “regularização fundiária” vêm tentando, para o bem e para o mal, converter em um direito legal assegurado (segurança jurídica da posse). No caso das favelas, avançou-se bastante no terreno legal, desde os anos 80; em se tratando de ocupações de sem-teto, e em especial de ocupações de pr édios, porém, quase tudo ainda resta por fazer – inclusive no que se refere ao desafio de, ao “regularizar”, não (re)inscrever, pura e simplesmente, um determinado espaço plenamente no mundo da mercadoria, adicionalmente favorecendo a destruição de formas alternativas de sociabilidade (que florescem em várias ocupações) e a cooptação dos moradores. [4]
As favelas têm sido, há mais de um século, precursoras de uma luta pelo direito de residir nas áreas centrais. Se tomarmos o caso emblemático do Rio de Janeiro, verificaremos que essa luta já se inicia com a virada do século XIX para o século XX, assumindo contornos particularmente dramáticos com a erradicação, na esteira da reforma urbanística do prefeito Pereira Passos (1902-1906), de muitos cortiços e casas de cômodos: precisamente essa erradicação em massa, verdadeira “limpeza étnica” que mostra bem o espírito antipopular do que foi a República Velha, alimentou a suburbanização (a rigor, periferização) e, também, a favelização dos pobres.
Contudo, as favelas, espaços de resistência tão importantes até poucas décadas atrás – os quais, a partir da mobilização da Favela de Brás de Pina (em 1965), no Rio de Janeiro, desenvolveram uma tenaz luta contra as remoções promovidas durante o Regime Militar, que foi encampada pela antiga Federação das Associações de Favelas do Estado da Guanabara (FAFEG) –, foram, aos poucos, tombando vítimas da cooptação, da despolitização e de seus múltiplos agentes: políticos clientelistas, traficantes de drogas, igrejas neopen tecostais… A atuação de uma pletora de ONGs (animadas por indivíduos de classe média), a partir sobretudo dos anos 90, longe de reverter o quadro, talvez até o tenha, em parte, agravado, ao se tentar impulsionar uma “inclusão social” às custas da verdadeira mobilização popular e da conscientização crítica.
O fato é que, nas áreas centrais, as favelas foram ocupar terrenos que poderiam ser qualificados de “terras marginais”, historicamente desprezadas pelos mais aquinhoados (encostas de morros, beira de rios e canais). [5] Hoje em dia, o movimento dos sem-teto, que tenta resgatar a bandeira da reforma urbana do “tecnocratismo de esquerda” que a arrebatou na década de 90, [6] ocupa, muitas vezes, terrenos periféricos (como é o caso em São Paulo, em Salvador, em Belo Horizonte e mesmo no Rio de Janeiro), mas também territorializa, outras tantas vezes, prédios “abandonados” e ociosos (a exemplo de São Paulo, Porto Alegre e, principalmente, do Rio de Janeiro).
Já quase não há terrenos vazios em áreas centrais, passíveis de ocupação. As favelas localizadas nos arredores do CBD (Central Business District), isto é, da área econômica central (nos casos em que ainda há uma: essa geometria veio se tornando cada vez mais relativa e complexa com o passar das décadas), são, via de regra, muito antigas e consolidadas. São sobreviventes das ondas de remoções e despejos do passado, em particular daquelas dos anos 60 e 70. Mas, por força de vários fatores (falências fraudulentas, dinâmicas internas ao próprio aparelho de Estado…), há uma quantidade apreciável dedomicílios vagos no Brasil, muitos assim deixados especulativos ou em decorrência de processos que, mesmo não sendo sempre intencionais, geram um “passivo social e espacial”. O contraste desse imenso estoque de domic ílios vagos com as estimativas referentes ao déficit habitacional brasileiro é esclarecedor acerca da motivação básica para o surgimento e expansão do movimento dos sem-teto no Brasil. [7] No que se refere, especificamente, à luta para permanecer nas áreas centrais, cabe ressaltar que, para os moradores das ocupações − que são, na sua esmagadora maioria, trabalhadores informais, muitos deles ambulantes −, morar nas proximidades do CBD significa residir perto dos locais em que comercializam seus produtos, sem sofrer excessivamente com custos de transporte. Algo fundamental, portanto − isso sem falar na infraestrutura técnica e social, há muito consolidada nas áreas centrais das cidades.
Por outro lado, o capital vê na “revitalização” de áreas centrais, justamente, um riquíssimo veio a ser explorado. Já nos anos 80 David Harvey, desdobrando um insight sobre a importância crescente da produção do espaço (e não somente no espaço) para acumulação capitalista que originalmente remete a Henri Lefebvre, havia discutido a relevância do “circuito secundário” da acumulação de capital. [8] Este circuito é aquele que se vincula não à produção de bens móveis, mas sim à produção de bens imóveis, isto é, do próprio ambiente construído. O capital imobiliário (fração do capital um tanto híbrida, que surge da confluência de outras frações) tem, nas últimas décadas, assumido um significado crescente, na interface com o capital financeiro – às vezes com conse quências globalmente catastróficas, como se pode ver pelo papel da bolha das “hipotecas podres” na crise mundial que eclodiu em 2008. Pelo mundo afora, a contribuição da construção civil na formação da taxa de investimento foi-se tornando cada vez mais expressiva, nas últimas décadas. E em todo o mundo – das Docklands, em Londres, a Puerto Madero, em Buenos Aires –, “revitalizar” espaços obsolescentes (presumidamente “mortos”, pelo que se vê com o ostensivo uso ideológico de um termo como “revitalização”) tem sido um dos expedientes principais na criação de novas “frentes pioneiras urbanas” para o capital.
No Rio de Janeiro, a disputa entre as ocupações de sem-teto e os interesses ligados à “revitalização” da Zona Portuária e do Centro – a qual gravita ao redor do projeto do “Porto Maravilha”, [9] em que, com o respaldo da política repressiva batizada pela Prefeitura de “Choque de Ordem”, se tenta promover uma “gentrificação”[10] em larga escala – vai ficando mais e mais evidente e tensa. Diversos pesquisadores do Núcleo de Pesquisas sobre Desenvolvimento Sócio-Espacial (NuPeD) da Uni versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) têm desenvolvido estudos que mostram essas tensões. [11]
Em São Paulo tem-se um processo análogo, que gira em torno do projeto da “Nova Luz”, de revitalização da “Cracolândia” e adjacências. [12] E, também analogamente, está-se diante, também em São Paulo, de um “regime urbano” [13] caracterizável como conservador e repressivo, identificado com o “empresarialismo urbano” e não com a reforma urbana (nem mesmo na sua versão “domesticada”, “tecnocrática de esquerda”, levada à caricatura pelo Ministério das Cidades do governo Lula).
Em meio a uma “democracia” representativa ritualmente celebrada por meio de eleições regulares, na qual os direitos políticos formais são básica e aparentemente respeitados, direitos humanos e sociais fundamentais são, entretanto, sistematicamente violados. Atualmente, a repressão e as tentativas de cooptação e desmobilização popular a serviço da expulsão das populações pobres das áreas centrais das grandes cidades são um exemplo cabal dessas violações de direitos. Considerando a disparidade de meios econômicos, propagandísticos e de violência à disposição dos contendores, trata-se de uma luta tremendamente desigual. Mas, contra a força dos argumentos, nem sempre o “argumento” da força prospera indefinidamente. Vale lembrar do lema aprovado pela Asamblea Popular de los Pueblos de Oaxaca, no México, em 2007: â �œNosotros no podemos con sus armas. Ustedes no pueden con nuestras ideas.”
ACHO SUPER INTERESSANTE TODA ESTA QUESTÃO DO DIREITO A CIDADE, QUE ESTA TÃO EM EVIDÊNCIA , É IMPOTANTE ESTA LUTA PELA GARANTIA DA HABITAÇÃO SOCIAL NESTE ESPAÇO CENTRAL. BY DUDUTHEO
quinta-feira, 31 de março de 2011
A destruição do Núcleo de Terras e Habitãção da Defensoria do Rio(repostando de outro blog)
Publicado em 30/03/2011 por comitepopulario
Fonte: hert…@hotmail.com
As comunidades, que sofrem a ameaça de remoção, as que estão sendo indenizadas ou removidas para as casas em Cosmos, Paciência, nos confins da cidade, as que foram despejadas e estão no aluguel social, estão vendo ser reduzidos o seu direito de defesa, pois o atual Defensor Geral trabalha para desorganizar o Núcleo de Terras e Habitação da Defensoria Pública do Rio de Janeiro(NUT), única instituição estatal que se dedica a defender e a buscar minorar os impactos da perda da moradia promovida pela prefeitura em razão da construção de vias e outras obras que prepararão a cidade para os lucros da Copa do Mundo e das Olimpíadas.
O novo Defensor Geral, Nílson Bruno, foi eleito com o slogan: Defensoria para os Defensores, com a pretensão de aumentar o distanciamento com os assistidos e com os movimentos sociais e aumentar a intimidade com as autoridades. Parece que deseja amarrar os núcleos mais produtivos como o NUT e o Núcleo de Direitos Humanos (NDH),ferindo de morte o princípio da independência funcional dos Defensores, que se dedicam a primazia da dignidade da pessoa humana e a redução das desigualdades sociais, objetivo primeiro determinado no Estatuto dos Defensores Públicos (Lei Complementar n.º80/1994).
A indicação pela sociedade civil de uma lista tríplice para escolha do Ouvidor-Geral, conforme a Lei 80/94, é outra determinação que o Defensor Geral tenta burlar, pois abriu inscrições sem que o Conselho Superior regulamentasse esta indicação e recebeu a inscrição de Defensores aposentados contrariando a lei.
O Conselho Popular tem procurado o diálogo e já realizou uma reunião no início do ano com o Defensor Geral, mas agora assistimos a diminuição do quadro de estagiários do NUT e ontem quando fomos encaminhar algumas demandas para a coordenadora soubemos que ela foi destituída, desestabilizando ainda mais os trabalhos. Foi realizada uma Resolução DPGE n.º 569 que cria o Comitê Extraordinário no período de execução da Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016, que ao nosso entender terá o objetivo de enfraquecer mais o NUT e o NDH, além de fazer acordos com as autoridades estatais em detrimento dos interesses dos assistidos, pois não contempla a participação da sociedade como desejamos e nem de Defensores historicamente comprometidos com a defesa dos cidadãos.
Solicitamos a todos que encaminhem estas denuncias e busquem nas suas entidades e com seus parlamentares questionar esta situação, não podemos deixar este retrocesso acontecer ao Núcleo de Terras da Defensoria Pública do Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro 30 de março de 2011
Movimento Unido dos Camelôs
FONTE: http://comitepopulario.wordpress.com/2011/03/30/a-destruicao-do-nucleo-de-terras-e-habitacao-da-defensoria-do-rio/#more-143 DIA 31/03/2011
Fonte: hert…@hotmail.com
As comunidades, que sofrem a ameaça de remoção, as que estão sendo indenizadas ou removidas para as casas em Cosmos, Paciência, nos confins da cidade, as que foram despejadas e estão no aluguel social, estão vendo ser reduzidos o seu direito de defesa, pois o atual Defensor Geral trabalha para desorganizar o Núcleo de Terras e Habitação da Defensoria Pública do Rio de Janeiro(NUT), única instituição estatal que se dedica a defender e a buscar minorar os impactos da perda da moradia promovida pela prefeitura em razão da construção de vias e outras obras que prepararão a cidade para os lucros da Copa do Mundo e das Olimpíadas.
O novo Defensor Geral, Nílson Bruno, foi eleito com o slogan: Defensoria para os Defensores, com a pretensão de aumentar o distanciamento com os assistidos e com os movimentos sociais e aumentar a intimidade com as autoridades. Parece que deseja amarrar os núcleos mais produtivos como o NUT e o Núcleo de Direitos Humanos (NDH),ferindo de morte o princípio da independência funcional dos Defensores, que se dedicam a primazia da dignidade da pessoa humana e a redução das desigualdades sociais, objetivo primeiro determinado no Estatuto dos Defensores Públicos (Lei Complementar n.º80/1994).
A indicação pela sociedade civil de uma lista tríplice para escolha do Ouvidor-Geral, conforme a Lei 80/94, é outra determinação que o Defensor Geral tenta burlar, pois abriu inscrições sem que o Conselho Superior regulamentasse esta indicação e recebeu a inscrição de Defensores aposentados contrariando a lei.
O Conselho Popular tem procurado o diálogo e já realizou uma reunião no início do ano com o Defensor Geral, mas agora assistimos a diminuição do quadro de estagiários do NUT e ontem quando fomos encaminhar algumas demandas para a coordenadora soubemos que ela foi destituída, desestabilizando ainda mais os trabalhos. Foi realizada uma Resolução DPGE n.º 569 que cria o Comitê Extraordinário no período de execução da Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016, que ao nosso entender terá o objetivo de enfraquecer mais o NUT e o NDH, além de fazer acordos com as autoridades estatais em detrimento dos interesses dos assistidos, pois não contempla a participação da sociedade como desejamos e nem de Defensores historicamente comprometidos com a defesa dos cidadãos.
Solicitamos a todos que encaminhem estas denuncias e busquem nas suas entidades e com seus parlamentares questionar esta situação, não podemos deixar este retrocesso acontecer ao Núcleo de Terras da Defensoria Pública do Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro 30 de março de 2011
Movimento Unido dos Camelôs
FONTE: http://comitepopulario.wordpress.com/2011/03/30/a-destruicao-do-nucleo-de-terras-e-habitacao-da-defensoria-do-rio/#more-143 DIA 31/03/2011
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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Minha vida...
Hoje estive dando uma olhada no meu Blog,
nossa como ja refleti muitas vezes sobre problemas da sociedade,
sobre pensamentos, sobre algo que li e resolvi postar,
notei que nunca falei sobre minha vida.
Poxa fiz 27 anos a menos de uma semana,
acho que todo mundo quando faz aniversario,
passa o dia pensando no que ja fez, no que ja produziu,
no erros que ja cometeu e até nos acertos.
Bom, comigo não é diferente...
A Vida pra mim, é algo extraodinario, uma grande escola ,
onde a cada momento,é especial e único, e as vezes somos engolidos,
pela a rotina deste mundo cada vez mais corrido,
e concorrido, onde o que você tem, ou o que você é(profissionalmente)
é muito mais importante do que você sente, do que você pensa...
Eu passei as horas do meu dia, entre um torpedo,
scrap,e-mail,telefonema e outro pensando...
Quem eu sou?O que os outros pensam que sou?
Minha resposta, resolvi falar abertamente aqui agora...
Sou só mais um cara,não é discurso humilde não, é serio,
só mais um, no meio da multidão, sou comum,UM SONHADOR,
Um negro,universitário,de classe baixa,
filho de uma cozinheira, com um engenheiro(ta vendo como o que importa é profissão)
que tem um irmão lindo(portador da sindrome de DOWN)
que é meu grande amor quem tem bons amigos,que procura ser simpático,
as vezes louco, as vezes solto, as vezes complicado,
AS vezes apaixonado(pela vida,por uma mulher bonita,pelo futsal,
pela familia, pelos amigos, pelo teatro,pelo espiritismo), as vezes
chorão, as vezes brincalhão, as vezes alguém q morre de saudades.
Assim como eu, existem milhões de DUDUs por aí,
ja tive duvidas de muitas coisas,ja me achei o foda,
ja me achei um nada,ja passei fome(é a melhor receita para evoluir acredite)
ja me arrependi, planejei, me-iludi.
Sim sou só mais um cara de vinte e poucos anos
as vezes penso como alguém de 60, outras como alguém de 15...
Poxa queria abraçar o mundo, conhecer vários lugares,
pricipalmente os brasis do meu Brasil, falar com muita gente,
ler vários livros,falar uns 4 idiomas, escutar muitas estórias,
jogar bola com os amigos,interpretar grandes personagens,
beijar muito na boca.
Minha conclusão é que estou evoluindo, tenho muito que aprender,
muito mesmo e que o melhor que a vida tem a oferecer,
não é o conforto, não é a fama e o sucesso,
é o prazer de ser feliz...e esta felicidade só se é alcançada,
quando se vive cada dia como se fosse o ultimo,
quando faz com que os outros se sintam BEM e tenham
momentos de felicidade ao seu lado , quando vc ajuda,
sem esperar recompensa alguma, acho que por aí,
esta o segredo...
Eu? Cheguei a conclusão que...
Eu sou só mais um e é assim que pretendo ser...
Simplesmente DUDU THEO.
by DUDU THEO http://twitter.com/dudutheo
nossa como ja refleti muitas vezes sobre problemas da sociedade,
sobre pensamentos, sobre algo que li e resolvi postar,
notei que nunca falei sobre minha vida.
Poxa fiz 27 anos a menos de uma semana,
acho que todo mundo quando faz aniversario,
passa o dia pensando no que ja fez, no que ja produziu,
no erros que ja cometeu e até nos acertos.
Bom, comigo não é diferente...
A Vida pra mim, é algo extraodinario, uma grande escola ,
onde a cada momento,é especial e único, e as vezes somos engolidos,
pela a rotina deste mundo cada vez mais corrido,
e concorrido, onde o que você tem, ou o que você é(profissionalmente)
é muito mais importante do que você sente, do que você pensa...
Eu passei as horas do meu dia, entre um torpedo,
scrap,e-mail,telefonema e outro pensando...
Quem eu sou?O que os outros pensam que sou?
Minha resposta, resolvi falar abertamente aqui agora...
Sou só mais um cara,não é discurso humilde não, é serio,
só mais um, no meio da multidão, sou comum,UM SONHADOR,
Um negro,universitário,de classe baixa,
filho de uma cozinheira, com um engenheiro(ta vendo como o que importa é profissão)
que tem um irmão lindo(portador da sindrome de DOWN)
que é meu grande amor quem tem bons amigos,que procura ser simpático,
as vezes louco, as vezes solto, as vezes complicado,
AS vezes apaixonado(pela vida,por uma mulher bonita,pelo futsal,
pela familia, pelos amigos, pelo teatro,pelo espiritismo), as vezes
chorão, as vezes brincalhão, as vezes alguém q morre de saudades.
Assim como eu, existem milhões de DUDUs por aí,
ja tive duvidas de muitas coisas,ja me achei o foda,
ja me achei um nada,ja passei fome(é a melhor receita para evoluir acredite)
ja me arrependi, planejei, me-iludi.
Sim sou só mais um cara de vinte e poucos anos
as vezes penso como alguém de 60, outras como alguém de 15...
Poxa queria abraçar o mundo, conhecer vários lugares,
pricipalmente os brasis do meu Brasil, falar com muita gente,
ler vários livros,falar uns 4 idiomas, escutar muitas estórias,
jogar bola com os amigos,interpretar grandes personagens,
beijar muito na boca.
Minha conclusão é que estou evoluindo, tenho muito que aprender,
muito mesmo e que o melhor que a vida tem a oferecer,
não é o conforto, não é a fama e o sucesso,
é o prazer de ser feliz...e esta felicidade só se é alcançada,
quando se vive cada dia como se fosse o ultimo,
quando faz com que os outros se sintam BEM e tenham
momentos de felicidade ao seu lado , quando vc ajuda,
sem esperar recompensa alguma, acho que por aí,
esta o segredo...
Eu? Cheguei a conclusão que...
Eu sou só mais um e é assim que pretendo ser...
Simplesmente DUDU THEO.
by DUDU THEO http://twitter.com/dudutheo
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
''Hamlet e a vida longe do Blackberry''
Por Edição Robson Viturino com Álvaro Oppermann
Por Edição Robson Viturino com Álvaro Oppermann
Ilustração Manuela Eichner
O jornalista William Powers, do Washington Post, conta que estava na calçada junto a um semáforo na Times Square, Nova York, esperando para atravessar a rua. De repente, deu-se conta de que todos os oito transeuntes ao seu lado executavam uma mesma tarefa: checavam atentamente seus respectivos smartphones. Alguns digitavam freneticamente, aproveitando com sofreguidão cada segundo. “Estamos sempre online. Em qualquer lugar. Isso pode ser uma benção, mas também uma maldição”, diz Powers. Há horas em que seria melhor dar férias ao laptop, desligar o celular, ou deixar o iPad de lado. Mas como fazer isso sem cair no ostracismo digital?
Conectar-se ou desconectar-se – eis a questão. É interessante que tal questão seja formulada por Powers, um dos papas da tecnologia na mídia norte-americana. Em Hamlet’s BlackBerry (“O BlackBerry de Hamlet”, inédito em português), ele buscou auxílio em autores do panteão literário e filosófico universal para dar cabo à ingrata tarefa. “De um lado, nós temos a necessidade de nos conectar com o mundo exterior. De outro, também necessitamos de tempo e espaço para nós mesmos. A chave é buscar equilíbrio entre as duas coisas”, afirma Powers.
Algumas joias do seu guia para lidar com a tecnologia:
Sócrates e a tecla off_O filósofo Sócrates recomendava aos alunos que tirassem um dia livre para passear nos arredores de Atenas, longe da multidão e do burburinho, deixando de lado suas ocupações e afazeres mundanos. O conselho continua válido, mas tem de ser adaptado, segundo Powers. Em vez de um dia inteiro – luxo impensável à maioria hoje em dia –, meia hora é o suficiente. Powers aconselha deixar o celular desligado por 30 minutos e relaxar. E ele parece seguir o que diz. Em 2006, trocou a capital, Washington, pela bucólica Cape Cod, cidadezinha costeira no estado de Massachusetts, e se livrou do vício dos gadgets (ele não conseguia passar dois minutos sem checar e-mails e mensagens no smartphone).
Sêneca e o Facebook_O filósofo latino Lucius Sêneca viveu em Roma, no século I d.C., o mesmo que os usuários do Facebook e LinkedIn: o excesso de conexões e relacionamentos. O drama de Sêneca chegou a lhe custar problemas de saúde por causa dos excessos de sua vida social. Depois de um colapso nervoso (ou burn-out, para usar um termo atual), ele desenvolveu a teoria do “espaço interior”: concentre-se no que realmente tem importância em seu momento de vida. Se você tentar se conectar com todos à sua volta, perderá a conexão íntima consigo mesmo. A família de Powers viveu este drama. Ele, a esposa e os filhos passavam mais tempo no Facebook do que convivendo entre si. De comum acordo, limitaram o uso da rede social em casa.
Benjamin Franklin e o e-mail_Ele desenvolveu o que chamava de “rituais positivos” para se livrar de maus hábitos. Um deles era acordar antes da aurora (aliás, é o autor da famosa frase “Deus ajuda quem cedo madruga”). Powers, quando se mudou com a família para Cape Cod, instituiu o “fim de semana desplugado”. De sábado pela manhã até o domingo à noite, ele, a esposa e os filhos desligavam smartphones e laptops. “É uma sensação revigorante passar dois dias sem tecnologia, e os efeitos disso perduram bastante tempo, durante a semana”, diz ele. Segundo o autor, muitas empresas que adotaram políticas parecidas, como a da “sexta-feira sem e-mails”, tornaram-se mais produtivas no resto da semana.
Shakespeare e o iPad_Powers nota que Hamlet, o príncipe da Dinamarca, usa o equivalente ao iPad do seu tempo (uma tábua feita de lousa) para escrever seus pensamentos e anotar os acontecimentos à sua volta, como a visita do fantasma do seu pai. Era a “tábua da memória”, na linguagem poética shakespeareana. “O ato de anotar tirava o pensamento de sua dimensão etérea, colocando-o na esfera material da prancheta”, diz Powers. A tábua da memória definia Hamlet, como o iPad nos define hoje em dia. O gadget não é ruim em si, mas por causa do uso que fazemos dele. “Se Hamlet tivesse um BlackBerry, provavelmente o usaria com parcimônia”, afirma o jornalista.
William Powers – É formado em Harvard e, nos últimos anos, tem publicado artigos e livros sobre como as pessoas podem se utilizar das tecnologias sem virar refém delas. Já colaborou com The Atlantic, The New York Times, The Los Angeles Times e The Guardian
Por Edição Robson Viturino com Álvaro Oppermann
Ilustração Manuela Eichner
O jornalista William Powers, do Washington Post, conta que estava na calçada junto a um semáforo na Times Square, Nova York, esperando para atravessar a rua. De repente, deu-se conta de que todos os oito transeuntes ao seu lado executavam uma mesma tarefa: checavam atentamente seus respectivos smartphones. Alguns digitavam freneticamente, aproveitando com sofreguidão cada segundo. “Estamos sempre online. Em qualquer lugar. Isso pode ser uma benção, mas também uma maldição”, diz Powers. Há horas em que seria melhor dar férias ao laptop, desligar o celular, ou deixar o iPad de lado. Mas como fazer isso sem cair no ostracismo digital?
Conectar-se ou desconectar-se – eis a questão. É interessante que tal questão seja formulada por Powers, um dos papas da tecnologia na mídia norte-americana. Em Hamlet’s BlackBerry (“O BlackBerry de Hamlet”, inédito em português), ele buscou auxílio em autores do panteão literário e filosófico universal para dar cabo à ingrata tarefa. “De um lado, nós temos a necessidade de nos conectar com o mundo exterior. De outro, também necessitamos de tempo e espaço para nós mesmos. A chave é buscar equilíbrio entre as duas coisas”, afirma Powers.
Algumas joias do seu guia para lidar com a tecnologia:
Sócrates e a tecla off_O filósofo Sócrates recomendava aos alunos que tirassem um dia livre para passear nos arredores de Atenas, longe da multidão e do burburinho, deixando de lado suas ocupações e afazeres mundanos. O conselho continua válido, mas tem de ser adaptado, segundo Powers. Em vez de um dia inteiro – luxo impensável à maioria hoje em dia –, meia hora é o suficiente. Powers aconselha deixar o celular desligado por 30 minutos e relaxar. E ele parece seguir o que diz. Em 2006, trocou a capital, Washington, pela bucólica Cape Cod, cidadezinha costeira no estado de Massachusetts, e se livrou do vício dos gadgets (ele não conseguia passar dois minutos sem checar e-mails e mensagens no smartphone).
Sêneca e o Facebook_O filósofo latino Lucius Sêneca viveu em Roma, no século I d.C., o mesmo que os usuários do Facebook e LinkedIn: o excesso de conexões e relacionamentos. O drama de Sêneca chegou a lhe custar problemas de saúde por causa dos excessos de sua vida social. Depois de um colapso nervoso (ou burn-out, para usar um termo atual), ele desenvolveu a teoria do “espaço interior”: concentre-se no que realmente tem importância em seu momento de vida. Se você tentar se conectar com todos à sua volta, perderá a conexão íntima consigo mesmo. A família de Powers viveu este drama. Ele, a esposa e os filhos passavam mais tempo no Facebook do que convivendo entre si. De comum acordo, limitaram o uso da rede social em casa.
Benjamin Franklin e o e-mail_Ele desenvolveu o que chamava de “rituais positivos” para se livrar de maus hábitos. Um deles era acordar antes da aurora (aliás, é o autor da famosa frase “Deus ajuda quem cedo madruga”). Powers, quando se mudou com a família para Cape Cod, instituiu o “fim de semana desplugado”. De sábado pela manhã até o domingo à noite, ele, a esposa e os filhos desligavam smartphones e laptops. “É uma sensação revigorante passar dois dias sem tecnologia, e os efeitos disso perduram bastante tempo, durante a semana”, diz ele. Segundo o autor, muitas empresas que adotaram políticas parecidas, como a da “sexta-feira sem e-mails”, tornaram-se mais produtivas no resto da semana.
Shakespeare e o iPad_Powers nota que Hamlet, o príncipe da Dinamarca, usa o equivalente ao iPad do seu tempo (uma tábua feita de lousa) para escrever seus pensamentos e anotar os acontecimentos à sua volta, como a visita do fantasma do seu pai. Era a “tábua da memória”, na linguagem poética shakespeareana. “O ato de anotar tirava o pensamento de sua dimensão etérea, colocando-o na esfera material da prancheta”, diz Powers. A tábua da memória definia Hamlet, como o iPad nos define hoje em dia. O gadget não é ruim em si, mas por causa do uso que fazemos dele. “Se Hamlet tivesse um BlackBerry, provavelmente o usaria com parcimônia”, afirma o jornalista.
William Powers – É formado em Harvard e, nos últimos anos, tem publicado artigos e livros sobre como as pessoas podem se utilizar das tecnologias sem virar refém delas. Já colaborou com The Atlantic, The New York Times, The Los Angeles Times e The Guardian
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
"Não jogue veneno no sangue" por CRISTIANE SEGATTO
Nesta semana, lembrei de uma frase que ouvi do paulistano Luiz Carlos de Oliveira há alguns anos. Em 2001, ele era um faz-tudo numa produtora de comerciais de TV: escolhia os objetos usados nas filmagens, selecionava o elenco, dirigia as cenas. Nos momentos de tensão, lançava um bordão inconfundível: "Calma, não jogue veneno no sangue". Tentava chamar atenção para o fato de que o stress é um veneno. Um veneno mortal.
Esse conselho pode parecer o mais surrado dos tópicos de autoajuda. Vindo de quem veio, porém, adquiriu para mim outro significado. Quando o entrevistei, Luiz era a história viva da aids. Era um caso singularíssimo. Infectado no início dos anos 80, um tempo em que a doença matava em questão de meses, Luiz sobreviveu a inúmeras crises e às mais chocantes demonstrações de preconceito que os primeiros doentes enfrentaram.
Sem trabalho, perambulou pelas ruas e encarou a morte várias vezes. A incrível história desse sobrevivente você pode ler aqui. Não tenho notícias recentes dele, mas espero que continue por aí, repetindo seu bordão aos quatro ventos.
Não é difícil imaginar quantas situações estressantes Luiz enfrentou em décadas de convivência com o HIV e, principalmente, em décadas de convivência com a sociedade alarmada pelo HIV. Foi capaz de sobreviver a tudo. Nas horas vagas, relaxava abraçando árvores no Parque do Ibirapuera. Acreditava que elas lhe emprestavam energia vital. Também praticava exercícios de alongamento concebidos pelos japoneses no pós-guerra. Não aceitava "jogar veneno no sangue" por mixaria.
A grande arte no controle do stress é saber identificar o que é mixaria. Superestimar a importância das pequenas chateações e dos pequenos acidentes de percurso faz a mente e o corpo sofrer. Nos últimos anos, surgiram várias evidências científicas capazes de indicar como o stress altera a fisiologia do organismo.
Li recentemente um estudo interessante, realizado pela equipe do psicólogo Andy Martens, da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia, e publicado no Journal of Research in Personality. O trabalho procura apontar de que forma a autoestima e o stress afetam o coração.
Participaram da pesquisa 184 voluntários. Um grupo recebeu uma avaliação falsa sobre sua inteligência e sobre sua personalidade. O objetivo era elevar ou reduzir a autoestima dos participantes. Os voluntários do outro grupo anotaram, durante duas semanas, qual era a sensação deles em relação à própria autoestima. Se ela estava alta, baixa ou média.
Em seguida, os cientistas observaram a atividade do tônus vagal cardíaco de todos os participantes. Por meio da análise do tônus vagal é possível saber de que forma o sistema nervoso parassimpático influencia o coração.
Complicado, né? Calma que eu já traduzo: existem dois sistemas nervosos autônomos. O simpático e o parassimpático. Eles têm funções contrárias. O sistema simpático acelera demasiadamente as batidas do coração quando estamos diante de uma ameaça e precisamos fugir. O sistema parassimpático é aquele que reduz o ritmo cardíaco e nos ajuda a relaxar depois que o perigo já passou. Nas pessoas cronicamente estressadas, o sistema parassimpático não funciona bem. Ele fica hipoativo. Isso pode provocar doenças cardíacas e autoimunes.
Nos voluntários com autoestima mais elevada havia também mais atividade do tônus vagal cardíaco. Isso é um bom sinal. Indica que o sistema parassimpático funcionava bem. Segundo Martens, esse é o primeiro estudo que conseguiu mostrar que uma mudança na autoestima é capaz de produzir uma mudança fisiológica imediata. O trabalho é um passo a mais na tentativa de explicar as relações entre autoestima e saúde.
Para elevar a autoestima não basta tentar pensar positivamente. O mais importante, segundo os pesquisadores, é estar cercado por pessoas (amigos, parentes, chefes) que reforçam a nossa autoestima com comentários positivos.
Baixa autoestima não provoca apenas tristeza. É um sinal de que o corpo está sofrendo. Isso pode ter sérias implicações. Muitas vezes, a baixa autoestima produz stress crônico. Ele provoca uma descarga contínua e exagerada de adrenalina e noradrenalina que pode lesar o endotélio, a camada interior dos vasos e das artérias.
O endotélio é responsável pela produção de substâncias que protegem o coração, como o óxido nítrico. O stress repetitivo reduz a quantidade dessas substâncias. Os danos vão além: a degeneração das células do endotélio produz os temíveis ateromas (placas de gordura e tecido celular), que entopem as artérias. O resultado é um infarto ou um AVC.
Não são raros os pacientes que infartam e morrem por stress, apesar de ter todo o resto dentro dos conformes (colesterol baixo, dieta equilibrada, peso adequado etc). Se você não pretende morrer de raiva, é bom reavaliar de que forma lida com contrariedades.
Chefes sabotadores da autoestima da equipe existem aos montes. Nas piores e nas melhores empresas. Sabe-se lá por quais razões estão sempre prontos a estimular o subordinado a perder a fé em seu talento e em sua capacidade. Há mulheres, maridos, namorados e namoradas que também fazem isso. Só se sentem seguros se o parceiro perder a própria segurança.
É preciso saber filtrar essas mensagens ou, simplesmente, deixar essa gente falando sozinha. Gente assim pode roubar-lhe muito. Pode roubar o seu coração.
(Cristiane Segatto escreve às sextas-feiras.)
E você? Como lida com o stress? Acha que a autoestima pode mesmo afetar o coração? Como lida com um chefe ou com um parceiro sabotador? Conte pra gente. Queremos ouvir a sua opinião.
Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/ dia 27/10/2011
Esse conselho pode parecer o mais surrado dos tópicos de autoajuda. Vindo de quem veio, porém, adquiriu para mim outro significado. Quando o entrevistei, Luiz era a história viva da aids. Era um caso singularíssimo. Infectado no início dos anos 80, um tempo em que a doença matava em questão de meses, Luiz sobreviveu a inúmeras crises e às mais chocantes demonstrações de preconceito que os primeiros doentes enfrentaram.
Sem trabalho, perambulou pelas ruas e encarou a morte várias vezes. A incrível história desse sobrevivente você pode ler aqui. Não tenho notícias recentes dele, mas espero que continue por aí, repetindo seu bordão aos quatro ventos.
Não é difícil imaginar quantas situações estressantes Luiz enfrentou em décadas de convivência com o HIV e, principalmente, em décadas de convivência com a sociedade alarmada pelo HIV. Foi capaz de sobreviver a tudo. Nas horas vagas, relaxava abraçando árvores no Parque do Ibirapuera. Acreditava que elas lhe emprestavam energia vital. Também praticava exercícios de alongamento concebidos pelos japoneses no pós-guerra. Não aceitava "jogar veneno no sangue" por mixaria.
A grande arte no controle do stress é saber identificar o que é mixaria. Superestimar a importância das pequenas chateações e dos pequenos acidentes de percurso faz a mente e o corpo sofrer. Nos últimos anos, surgiram várias evidências científicas capazes de indicar como o stress altera a fisiologia do organismo.
Li recentemente um estudo interessante, realizado pela equipe do psicólogo Andy Martens, da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia, e publicado no Journal of Research in Personality. O trabalho procura apontar de que forma a autoestima e o stress afetam o coração.
Participaram da pesquisa 184 voluntários. Um grupo recebeu uma avaliação falsa sobre sua inteligência e sobre sua personalidade. O objetivo era elevar ou reduzir a autoestima dos participantes. Os voluntários do outro grupo anotaram, durante duas semanas, qual era a sensação deles em relação à própria autoestima. Se ela estava alta, baixa ou média.
Em seguida, os cientistas observaram a atividade do tônus vagal cardíaco de todos os participantes. Por meio da análise do tônus vagal é possível saber de que forma o sistema nervoso parassimpático influencia o coração.
Complicado, né? Calma que eu já traduzo: existem dois sistemas nervosos autônomos. O simpático e o parassimpático. Eles têm funções contrárias. O sistema simpático acelera demasiadamente as batidas do coração quando estamos diante de uma ameaça e precisamos fugir. O sistema parassimpático é aquele que reduz o ritmo cardíaco e nos ajuda a relaxar depois que o perigo já passou. Nas pessoas cronicamente estressadas, o sistema parassimpático não funciona bem. Ele fica hipoativo. Isso pode provocar doenças cardíacas e autoimunes.
Nos voluntários com autoestima mais elevada havia também mais atividade do tônus vagal cardíaco. Isso é um bom sinal. Indica que o sistema parassimpático funcionava bem. Segundo Martens, esse é o primeiro estudo que conseguiu mostrar que uma mudança na autoestima é capaz de produzir uma mudança fisiológica imediata. O trabalho é um passo a mais na tentativa de explicar as relações entre autoestima e saúde.
Para elevar a autoestima não basta tentar pensar positivamente. O mais importante, segundo os pesquisadores, é estar cercado por pessoas (amigos, parentes, chefes) que reforçam a nossa autoestima com comentários positivos.
Baixa autoestima não provoca apenas tristeza. É um sinal de que o corpo está sofrendo. Isso pode ter sérias implicações. Muitas vezes, a baixa autoestima produz stress crônico. Ele provoca uma descarga contínua e exagerada de adrenalina e noradrenalina que pode lesar o endotélio, a camada interior dos vasos e das artérias.
O endotélio é responsável pela produção de substâncias que protegem o coração, como o óxido nítrico. O stress repetitivo reduz a quantidade dessas substâncias. Os danos vão além: a degeneração das células do endotélio produz os temíveis ateromas (placas de gordura e tecido celular), que entopem as artérias. O resultado é um infarto ou um AVC.
Não são raros os pacientes que infartam e morrem por stress, apesar de ter todo o resto dentro dos conformes (colesterol baixo, dieta equilibrada, peso adequado etc). Se você não pretende morrer de raiva, é bom reavaliar de que forma lida com contrariedades.
Chefes sabotadores da autoestima da equipe existem aos montes. Nas piores e nas melhores empresas. Sabe-se lá por quais razões estão sempre prontos a estimular o subordinado a perder a fé em seu talento e em sua capacidade. Há mulheres, maridos, namorados e namoradas que também fazem isso. Só se sentem seguros se o parceiro perder a própria segurança.
É preciso saber filtrar essas mensagens ou, simplesmente, deixar essa gente falando sozinha. Gente assim pode roubar-lhe muito. Pode roubar o seu coração.
(Cristiane Segatto escreve às sextas-feiras.)
E você? Como lida com o stress? Acha que a autoestima pode mesmo afetar o coração? Como lida com um chefe ou com um parceiro sabotador? Conte pra gente. Queremos ouvir a sua opinião.
Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/ dia 27/10/2011
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